DOCUMENTOS ANTIGOS DISTRITO DE RIBEIRÃO PEQUENO – Parte VI

publicado em:2/03/18 12:24 AM por: Jurandir Figueiredo Documentos históricos

Quarta-Feira, 04 de Abril de 2007

Quando procurava a origem da minha família, numa busca que durou cerca de 8 anos, passou pelas minhas mãos muitos documentos. Coloquei-os numa ordem cronológica procurando identificar a origem. Depois abri um arquivo no meu micro e fui fazendo uma transcrição do conteúdo de cada documento para selecionar somente o que me interessava. Essa transcrição foi feita com alguma dificuldade porque o texto manuscrito é de difícil leitura, quer pelo estado em que se encontram, quer pela escrita da época, que usava muitas abreviaturas que desconheço. Portanto, não me prendi muito em fazer uma transcrição caprichada. Não que esses documentos não sejam importantes. Pode e deve interessar a muitas pessoas, pois esclarece a origem de algumas das primeiras famílias que estabeleceram no Ribeirão. Pequeno, quem veio, em qual navio, etc, e sobre um variado assunto que vai desde 07.03.1768 até 22.09.1900. Ou seja, um período que representa um buraco negro na história da região e do próprio Brasil. Possuo xerox de cada um desses documentos e poderei reproduzi-lo a quem interessar.

Geraldo Figueredo – Autor do Estudo da Árvore Genealógica da Família Figueiredo

 

DOCUMENTOS ANTIGOS DISTRITO DE RIBEIRÃO PEQUENO – Parte VI
17.01.1815 (Dico) – Carta: Meu caro Filho. Tenho recebido as vossas cartas de 8 e 12 do corrente, e depois de estimá-las como de uma pessoa a quem amo de todo o meu coração, senti que houvésseis de ser nomeado para ficares com os Soldados enfermos, privando-vos assim de marchares em companhia dos vossos bons camaradas, meus íntimos amigos; portanto a vossa ida agora solitária, e quase sem auxílio vos será certamente muito penosa. A vossa licença (sobre a qual só pude falar 3 dias depois de receber a vossa carta, por me achar vomitado, e por conseqüência, de cama) teve mau êxito, e já achei tudo desarranjado, e até respondido o vosso Ofício, sem eu Ter lugar algum de preencher os vossos desejos, que eram igualmente os meus. Já jovem me não admira disso, porque nunca mesmo me deixarão fazer a vontade. Queria ver-vos, já não pode ser. Queria viver sossegado, o não consentimos meus inimigos, inimigos que eu não provoquei, e nem dei causa alguma. A essa hora já saberás o que em vingança de não ser devorada a Legião se metem argüido, sendo eu inocente como vós sabeis, e sabem todos os homens de bem. Não obstante isto eu vou ser informado, em falcíssimas contas que se estão dando a S. A. R., o que a minha quieta consciência, e o conhecimento das Justiça do Soberano me não dixa nada a recear; mas sempre terei de sofrer choques descompassados sem motivo algum para os tolerar. Fez-se-me um crime de deitar flores no corpo nobre da Oficialidade; sou réu de Ter chamado estes mesmos nobres Oficiais para almoçarem na Provedoria; finalmente foi um delito metrificar umas quadras às saudades da legião. Os meus mais inocentes passos, são hoje denegridos, e por quem? Por … por …. Santo Deus! Nem quero profanar a minha boca, com repetir-lhe o nome. Meu filho, sede mais contente que eu, foge até mesmo dessa Vila que ainda faz parte deste Cantão, ide, ide para a minha Pátria aí acharás homens dignos de amares, os nossos bons companheiros, dignos do meu afeto o Buenno, o Correa, o Freitas, e finalmente pessoas amadas por nosso saudoso e amante pai. Ass. João. Em 17 de janeiro de 1815. 26.05.1815 (Dico) – Carta: Senhor Capitão João Antônio Tavares. Freguesia de Mostardas, 26 de maio de 1815. Meu prezadíssimo amigo a quem venero. Em breve tempo tenho tua … as suas estimadas e hoje mesmo acabo de receber a última dirigida pelo Revdo. Pe. Espanhol acompanhada de out5ra para seguir seu destino o ul breve a remeterei a meu genro e logo que venha resposta farei seguir a sua presença, para que de vosamecê…recebi me participava do falecimento da Sra. Ana(?) esposa de cujo acontecimento ainda hoje existe(?) nas horas daquele sentimento que a … nos ensinar a ter … aos nossos semelhantes e maiormente (?) por conhecer quanto lhe seria … horrível e a toda … separação, pois não deixo de o contemplar quanto (?) estará gravado no meu coração a falta de um tão grande bem, motivo este que me obriga a passar a sua presença a fim de acompanhar nas leis (?) justas … jogar-lhe um bom (?) verdadeiro amigo queira confirmar com as ditas minorias do nosso bom Deus a quem imploro o descanso a tua alma nesta sua casa também havemos participado de outros semelhantes golpes, pois … mim passarão a vida presente … desta tua e logo depois tua mãe e ultimamente uma mana minha, casado no … não nos vem senão notícias funestas, e desta forma ,.,.. fez contemplando este … cale(?) em que andamos cheia de lagrimas … até que complete ano …Muito estimei a boa … João Tavares meu amigo e que a sua vista … onde… que o longo tempo o privara de sua companhia e da mesma forma … com la notícia que me da da chegada de … falei … e que vosmecê haja de … enfrentar de vida muito aumento de bens. Por meio … entregue de todas as … que a mim (Fl. 2) Com esse recebimento ficam concluídos as nossas … conhecendo … que … muito agradável a mim Ter muitos ocasião de lhe mostrar…. de minha falecida sogra e os herdeiros do falelcido Manoel Machado Pereira nada … efetuar porquanto que pretensão falecida e hoje aos herdeiros tendo esta encarregado … e me consta que … vinda da maior/major … com embargo que e78 lhe fiz\ … ver … porém … aqui tem praticado … emprego aos outros já fizeram venda de tudo … desta … certo antes de eu haja recebido o aviso. Cita tua /criação a filha … meu tio .;.. a quem consagras um mútuo amor … igualmente participa do meu afeto desejando-lhe as melhores felicitações não perdendo de vista que tem sobre … contado e que com saúde possa mandar a quem … Ass. Domingos … Chaves. Endereçamento: Sr. Antônio Francisco Guimarães.

14.11.1815 (Dico) – Manoel Coelho Rodrigues, Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz, Coronel Comandante do Batalhão de Infantaria de Milícias Vila da Laguna por Sua Alteza Real (SAR) que Deus Guarde (Abreviatura). Atesto que Cypriano José Cardoso, Soldado da 1ª Cia do dito Batalhão, vai com baixa por Portaria do Ex.mo Sr. Gov. desta Capitania de 18 de outubro do presente ano por moléstias que se verificaram não poder continuar não Real Serviço, e para que … donde lhe convier lhe mandei passar a presente a qual vai por mim … assinada. Cel. Da Vila da Laguna, 14 de novembro de 1815. Ass. Manoel Coelho Rodrigues.

01.03.1820 (Dico) – Il.mo Sr. Cel. … Diz José Antônio Cardoso, casado e morador no Termo desta Vila, no lugar denominado Parobé, que a ele, suplicante, se lhe faz preciso ir à Capital de Sta. Catarina a bem de cobrar uma dívida que aí lhe são devedores, e juntamente arranjar-se outros negócios que lhe é útil o que não pode cobrar e nem fazer arrumação de seu negócio sem que vá pessoalmente e op não pode fazer sem que V. Sª se digne passar-lhe uma Portaria para poder seguir sem que nas Guardas e Fortalezas o não empresem por isso (?). Peço a V. Sª seja servido passar-lhe a Portaria pelo tempo de 15 dias para poder chegar àquela Capital para o bem acima declarado por especial graça que (Abreviaturas). Em 01 de março de 1820. Ass. Machado.

22.05.1827 – Carta de Mariana Antônio de Jesus a seu tio Barnardo Senna Cardoso ou Bernardino José Cardoso, “Ilmo Sr. Bernardo Senna Cardoso. Porto Alegre, 22 de maio de 1827. Muito meu querido sobrinho. Esta serve para sabwer notícias tuas de toda a mais família que a minha e trazer desta vamos vivendo até que Deus queira.
Meu sobrinho recebi a tua datada de 6 de março a qual fiquei muito contente por saber notícias tuas e por outra parte com mais amargurada de saber cansado dessas notícia que me dizes da tua mae e pai estas são as mais desparava notícias que ao longe corre . … queiram me dar outras antes da minha morte que me façam mais pequenos remorsos neste triste cadáver que todo o momento espera o triste destino que já nunca mais terei uma alegria deves saber mais meus parentes me recomende a todos os nossos parentes em geral a todos portanto sita a tua mãe sejam a primeira o Maneco já se acha … adiado com seis filho ele se recomenda a todos de casa. Desta tua tia todo o bem …Mariana Antônio de Jesus. ————-Minha Prima Rita reza um padre nosso por … da tua prima Henriqueta que a 9 de abril de alma a Deus e seus membros a terra….M. Rois da Silva. Endreçamento: Bernardino José Cardoso. Parobé. Vila da Laguna.

11.03.1831 (Dico) – Diz o Capitão Gaspar José Mendes Braga, desta Vila, que ele suplicante, precisa por Certidão o teor de sua Escritura de Terras que comprou ao falecido Capitão Luiz Gomes de Carvalho, que se acha lançada no Livro de Notas. P. ª S. Exª Sr. Juiz … seja servido passar a requerida Certidão. Laguna, 11 de março de l831. Segue ass. E.M.M. Vicente José Gois Rebello, Tabelião Público Judicial e Notas nesta Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna e seu Termo N. Certifico que revendo o Livro de Notas nº 19, nele, às fls. 244V se acha a Escritura de Ratificação de venda de terras, que fez Ana Maria, viúva, e outros, ao Capitão Gaspar José Mendes Braga cuja é do teor e forma seguinte: Escritura de Ratificação de Venda de Terras que faz Ana Maria e seus herdeiros, ao Cap. Gaspar José Mendes Braga, como abaixo declara. Saibam quantos este público Instrumento de Escritura de trato e venda fixa virem que sendo no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte e cinco, aos quinze dias do mês de novembro do dito ano, nesta Vila da Laguna, em meu Cartório, compareceram Ana Maria viúva do falecido Capitão Luiz Gomes de Carvalho, e seus herdeiros: o Alferes José Gomes de Carvalho, Manoel Gomes de Carvalho, Antônio José de Bittencourt, Manoel Antunes, Francisco Ramos, todos moradores no lugar denominado Tubarão e reconhecidos de mim Tabelião pelos próprios do que dou fé, e assim mais compareceu presente o Capitão Gaspar José Mendes Braga, morador desta Vila, e reconhecido de mim Tabelião pelo próprio de que dou fé e perante mim foi apresentado bilhete da Distribuição do teor seguinte = A Viúva Ana Maria e seus herdeiros fazem Escritura de Ratificação de venda de Cento e seis braças de terras de frente no lugar de Parobé com setecentas de fundos ao Capitão Gaspar José Mendes Braga, pela quantia de cem mil reis. Laguna, 15 de novembro de mil oitocentos e vinte e cinco.
Bittencourt = E logo depois do qual pela vendedora viúva Ana Maria e seus herdeiros mencionados em presença das Testemunhas ao diante nomeadas e abaixo assinadas me foi dito que o dito falecido Capitão Luiz Gomes de Carvalho em sua vida havia vendido ao Capitão Gaspar José Mendes Braga, cento e seis braças de terras de frente pouco mais ou menos, citas em Parobé distrito desta Vila, com setecentos de fundos, confrontando pela parte do Norte com João de Espíndola, e pela parte do Sul com Francisco José, fazendo frente ao mar e pelos fundos com João Teixeira Nunes, pelo preço e quantia de cem mil reis que o dito falecido Capitão Carvalho, havia recebido em sua vida em moeda corrente e da qual quantia mostrou o comprador haver pago a respectiva Siza como constava do conhecimento informa que me apresentou do teor seguinte = Número cento e sessenta e nove . O Cap. Gaspar José Mendes Braga pagou de Cisa a quantia de dez mil reis, pela compra que fez de cento e seis b5raças de terras de frente pouco mais ou menos no lugar de Parobé distrito desta Vila, o que tudo fica lançado no Livro primeiro do lançamento das Sizas e meias Sisas pagar a vista, a filha cinqüenta e set6e.
Laguna, 15 de novembro de l825. Manoel José Garcia = Em conseqüência do qual logo pela dita Viúva e seus herdeiros foi dito que cediam e trespassavam na pessoa do comprador toda a posse , jus, domínio e senhorio que nas ditas terras tinham para que ele as gose e possua como suas que ficam sendo por virtude deste Instrumento e que da quantia recebida de cem mil reis dela lhe davam plena e geral quitação para mais não repetirem, e que se obrigarão a fazer a venda boa, firme e valiosa e ativas após e salvo de qualquer dúvida que haja a respeito das mesmas terras os quais justas e contratadas, me pediram lhes fizesse este Instrumento nesta Nota que sendo-lhes lido, aceitaram e assinaram a saber: da Viúva vendedora assinou Joaquim Ignácio da Silveira Menezes, e os Herdeiros Antônio José de Bittencourt e Francisco Ramos, assinaram com Cruz por não saberem escrever e o comprador e mais herdeiros com as suas próprias assinaturas sendo testemunhas presentes Manoel José Garcia e Manoel dos Santos Limas, todos moradores desta Vila, reconhecidos de mim Bernardo Nunes da Silva, Tabelião que escrevi. Declaro que a rogo da Viúva vendedora assinou Joaquim Ignácio da Silveira Meneses. De Antônio José de Bittencourt, uma cruz. De Francisco Ramos, uma cruz. = Manoel Antunes, = José Gomes de Carvalho = Gaspar José Mendes Braga =, Manoel José Garcia = Manoel dos Santos Limas =- Nada mais se continha em a dita Escritura de Ratificação de venda que aqui bem e fielmente extrai a presente Certidão do próprio Livro de Notas nº. 19, às fls. 244V ao qual me reporto e por estar conforme Escrevi e assinei nesta Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, aos 14 dias do mês de março de l831anos. Eu, Vicente José de Gois Rebello, Tabelião que escrevi e assinei. Ass. Vicente José de Gois Rebello

19.05.1831 (Dico) – Carta endereçada ao Militar José Marques Teixeira … Sta. Catarina: José. Recebi as tuas com grande sentimento poucas notícias que tivemos faz teus papéis não tiveram efeito, porém por causa … não tens parte em circunstância de tomares pouca que te seja mais prejudicial à saúde, uma caisa tão estimável tua mãe tem umas notícias … as que após em estão te maior moléstia por si apaixonar sem maior notícia certa eu é que lhe disse que t… aos … apaixonada que era mentira o que lhe e ser os pais que tu me escreveste dizendo-me que ficavas na Capital e que não era causa de maior cuidado, há uns malévolos de mentira pois que só servem …Espero que ao recebas desta já estejas com algumas melhoras e mandam-me dizer para por em sossego a gente do sítio tanto me recomendarás principalmente tua madrinha pois fui ao sítio e não foi capaz de estar 24 horas por causa da comandância que tanto me tem atrasado sem poder determinar os meus escravos. Aqui tivemos a grande notícia da desordem que .. nessa que pelo que contaram julgou-se ser o fim do mundo por quererem matar todos os ARAPUS (?). Porém foi Deus servido sossegarem as tropas de quem se pode Ter medo. Deves outra vez tornar a requerer a tua baixa porque não pode ser alcançares visto não precisarem de tropas. Espero pelo portador desta que é o meu padrinho notícias tuas e a … que … nesta Laguna, 19 de maio de 1831. Gaspar J M. Braga.

Enviado por: Arquivo de Geraldo Figueredo



A última modificação foi feita em:março 12th, 2019 as 12:46 AM


Post Tags


Comentários



Adicionar Comentário