Alcebíades Corrêa: Um Guardião das Tradições Artesanais do Ribeirão Pequeno
Em cada canto do Ribeirão Pequeno há histórias que merecem ser contadas, histórias que nascem da terra, se entrelaçam com a fé, e florescem nas mãos de quem carrega a alma da roça no coração. É o caso de Alcebíades Corrêa, nosso amigo Bido, ribeironense apaixonado pelas tradições, filho do saudoso Favico e da estimada Dona Nilsa. Profissionalmente, ele atua como técnico de Segurança do Trabalho e também é palestrante. Mas é nas horas vagas que revela uma de suas maiores paixões: o artesanato tradicional, herança viva da identidade cultural do nosso povo.
Essa história começa na década de 1960, quando, ainda menino, observava atento os artesãos do Ribeirão fazendo balaios, tipitis, peneiras e outros utensílios de cipó e bambu. Era um tempo de sabedoria prática e mãos calejadas que sabiam transformar o que a natureza oferecia em objetos belos e úteis. Inspirado por essas memórias, Alcebíades decidiu eternizá-las em miniaturas. Surgiram os “balainhos”, ninhos de passarinho em porongo, cestas de pão e tantas outras peças cheias de simbolismo e afeto.
As criações de Bido ganham formas encantadoras nos períodos de Páscoa, Natal, Dia das Mães e outras datas especiais. São peças decorativas que carregam mais do que beleza: carregam história, memória e um amor genuíno pela roça. Ele não apenas comercializa seus artesanatos, como também faz questão de ensinar essa arte a quem deseja aprender. E como bom ribeironense, tem orgulho de presentear amigos, aqueles que, como ele, valorizam as técnicas antigas e a preservação da natureza. Tive a honra de recebê-lo aqui no Ribeirão em minha casa e ser agraciado com algumas de suas belas obras.
Bido, representa o que há de mais puro na arte popular: o respeito pelo meio ambiente, a valorização da cultura e o desejo de inspirar. Seu talento é um presente para nossa comunidade e sua história um exemplo a ser seguido. Que sua dedicação continue a tocar corações e manter viva a chama da tradição.
Ribeirão Pequeno de minhas lindas lembranças de garoto. Filho do Favico e neto do seu Bilo, tem muita semelhança. Sobrinho do Célio, do Zoco, da Mariinha. Que útil ter alguém com esse carinho pelos costumes da nossa terrinha. Abraço Jurandir, pelo belo trabalho de resgate e mantenimento de nossa história.